Um dia após a Procuradoria-Geral da República denunciar o presidente Michel Temer, o líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou na noite desta terça-feira que o “erro” do presidente foi achar que poderia governar o país influenciado pelo “presidiário” Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, e insinuou que o peemedebista não deve concluir o mandato.
“Ele (Temer) precisa entender que demorar mais um mês, dois meses, três meses, um ano à frente do governo, sem que, do ponto de vista institucional, nós possamos ganhar, fortalecer os Poderes, não significará nada. É uma resistência para o nada, porque o erro do presidente Temer foi achar que poderia governar o Brasil influenciado por um presidiário de Curitiba”, disse Renan.
“Isso não ia chegar a lugar nenhum! Ainda mais com o presidiário recolhido ao cárcere em Curitiba e continuando a receber dinheiro, que é lamentavelmente o que hoje a realidade, a circunstância nos expõe”, acrescentou Renan no plenário do Senado.
Renan rebateu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), durante debate sobre a votação da reforma trabalhista prevista para ocorrer na quarta-feira. Para o líder do PMDB, a reforma proposta só penaliza a população e o melhor seria seguir o conselho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que defende a antecipação de eleições.
O Ministério Público Federal investiga se Temer, por intermédio do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, teria concordado com o pagamento de propina para garantir o silêncio de Cunha.
FAZ DE CONTA
O líder do PMDB afirmou que o presidente “faz de conta” que governa o país e destacou que Temer não tem “legitimidade” para cobrar que os senadores não mexam no texto da reforma trabalhista.
“Vossa Excelência poderia convidar esta Casa para nós tratarmos do Brasil, se vamos ter saída ou não para o país ou se vamos continuar com essa gente aí fazendo de conta que está governando o Brasil? Governando para onde?”, questionou Renan, após ter feito uma sugestão ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).