Após a escalada na troca de acusações entre os dois candidatos à prefeitura do Rio, Marcelo Crivella (PRB) caiu cinco pontos percentuais em pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira e está com 46% de intenções de voto. Seu adversário, Marcelo Freixo (PSOL), subiu quatro pontos e aparece com 29%. A diferença entre os dois caiu nove pontos no intervalo de dez dias.
Após os ataques mútuos terem chegado à propaganda de televisão, a agressividade também marcou o debate da Rede TV, na última terça-feira. Freixo explorou o livro escrito por seu adversário, no qual Crivella ataca religiões e homossexuais. O candidato do PSOL também ressaltou a declaração de apoio da filha de um miliciano preso ao candidato do PRB. Crivella retrucou e acusou Freixo de apoiar black blocs.
A campanha de Freixo considera que os ataques a Crivella deram resultado. Por isso, o tom das críticas vai se acentuar nos nove dias que restam até a eleição. Três jornalistas que participaram da campanha de Pedro Paulo agora integram a equipe de Freixo. A avaliação dos novos colaboradores é que uma campanha só propositiva não seria capaz de levar Freixo à vitória.
O candidato disse que foi procurado por um dos jornalistas, a quem conhece há mais de dez anos, após o fim do primeiro turno, aceitou as dicas e pediu-lhe que participasse da campanha. Mas o marqueteiro Renato Pereira, que fez a campanha peemedebista, não está colaborando. A campanha do PSOL “herdou” o material negativo que seria usado por Pedro Paulo, caso enfrentasse Crivella no segundo turno. Freixo também vai insistir na ligação de Crivella com o ex-governador Anthony Garotinho.
— A população começa a conhecer a história dos dois. Não tinha conseguido, com 11 segundos (na televisão) no primeiro turno, chegar em boa parte dos lugares. Vamos crescer e, na medida em que as pessoas forem conhecendo quem é o Crivella, ele vai cair — disse Freixo.
O Globo