O Brasil é o pior país da América do Sul em termos de oportunidades o desenvolvimento de meninas, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira pela ONG Save the Children, baseada nos EUA. Entre 144 nações avaliadas, o Brasil ocupa a 102ª posição do Índice de Oportunidades para Garotas. Em todo o continente americano, o país fica a frente apenas de Guatemala e Honduras no ranking que considera dados sobre o casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representação das mulheres no Parlamento e conclusão do estudo secundário.
Esta última, aliás, é a principal preocupação da ONG. No mundo, uma garota com menos de 15 anos se casa, na maioria das vezes forçadamente, a cada sete segundos. Em casos extremos, identificados em países como Afeganistão, Iêmen, Índia e Somália, crianças com menos de 10 anos são forçadas a se casar.
Além disso, segundo a ONG, o Brasil apresenta números elevados de gravidez na adolescência e casamento infantil. Em conjunto, os dados colocam o país como um dos que mais impõem barreiras ao empoderamento feminino, privando as mulheres de oportunidades.
“Alguns países na América Latina têm performances piores nesses indicadores do que para educação e mortalidade materna”, pontua o relatório. “A República Dominicana e o Brasil são os casos em questão, ambos de renda média superior, que ocupam a 92ª e 102ª posição respectivamente, ligeiramente superiores ao Haiti. Ambos possuem altas taxas de gravidez na adolescência e casamento infantil”.
O Globo