As acusações feitas pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, causaram preocupação no Palácio do Planalto. Embora auxiliares do presidente Michel Temer atribuam as denúncias a uma “vingança” de Cunha, a avaliação foi a de que as suspeitas levantadas por ele provocam constrangimento no momento em que Moreira Franco participa da comitiva presidencial, na viagem a Nova York, justamente para apresentar o programa de concessões a potenciais investidores.
Dois auxiliares de Temer disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que, na semana passada, Cunha já havia dado sinais de que faria tudo para envolver Moreira Franco em irregularidades na obra do Porto Maravilha – projeto de revitalização da área portuária do Rio, que enfrenta denúncias de corrupção. O secretário assegurou ao presidente, no entanto, que estava “tranquilo” por não ter “nada a esconder”. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, ele não quis responder às acusações.
No Planalto, a percepção é a de que Cunha quer se vingar de Moreira Franco por atribuir a ele a articulação política para cassar o seu mandato. A operação teria começado com a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), genro do secretário executivo do PPI, para a presidência da Câmara, derrotando o grupo do peemedebista
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no domingo, 18, o deputado cassado afirmou que o programa de concessões do governo Temer “nasce sob suspeição”, com risco de escândalo. “Na hora em que as investigações avançarem, vai ficar muito difícil a permanência do Moreira no governo”, disse Cunha. Ele acusou Moreira Franco de estar por trás de irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), que é administrado pela Caixa e financia obras de infraestrutura. Segundo Cunha, a operação de financiamento do Porto Maravilha foi montada por Moreira Franco.
Agência Estado