Às vésperas da votação para eleger o sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto desistiu da ideia de tentar um candidato de consenso para pacificar a base aliada e se convenceu de que um segundo turno será inevitável.
Números que chegaram ao governo na noite de segunda-feira (11) indicavam que o líder do PSD e um dos nomes do Centrão, deputado Rogério Rosso (DF), liderava a disputa – com o dobro de votos de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A votação está marcada para a próxima quarta-feira (13). A estimativa é de que Rosso teria cerca de 200 votos contabilizados. Fernando Giacobo (PR-PR), também do Centrão, estaria em terceiro lugar nas intenções de votos. Para vencer em primeiro turno, o candidato precisa da maioria dos votos dos presentes.
Com a experiência de ter ocupado a presidência da Câmara por três vezes, o presidente em exercício Michel Temer abriu espaço na agenda para exercer “papel de ouvinte”. Ele conversou pessoalmente com alguns candidatos no Planalto e no Jaburu, além de ter ouvido outros por telefone.
No domingo (10), o presidente interino recebeu para jantar o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o líder do partido na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), que falaram sobre as dificuldades do partido em apoiar um nome do Centrão. Os tucanos aguardam um nome que unifique a antiga oposição.
Terceiro maior partido da Casa, o PSDB decidiu não lançar um nome em troca do apoio do Planalto na disputa pela Mesa Diretora em 2017. O partido deverá escolher entre Maia – que na noite de ontem foi confirmado como candidato do DEM – e Julio Delgado, que venceu a disputa com Heráclito Fortes (PI) como candidato do PSB.
Estadão