O avô do adolescente Jhonata Dalber, 16 anos, morto ontem (30) em uma ação de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Borel, na Tijuca, zona norte do Rio, disse que seu neto foi assassinado covardemente. Antonio Trigo Alves, 67 anos, afirmou hoje (1o), no Instituto Médico Legal (IML), onde foi liberar o corpo da vítima, que “o meu neto foi assassinado por policiais que não poderiam estar usando uma farda”.
Indignado e chorando muito, Antonio disse que “é triste você criar um filho, criar um neto e de uma hora para outra acabar na mão de qualquer polícia. Porque ele não mandou o meu neto parar, em vez de dar um tiro?”.
O avô de Jonhata desmente a versão da polícia de que houve dois confrontos na região e o jovem foi atingido por uma bala perdida. “Não tinha confronto. Não houve confronto nenhum. Mentira deles [policiais]. A única coisa que o meu neto foi fazer no morro foi na casa da tia pegar uns saquinhos de pipoca porque era festa do irmão dele mais novo no colégio e minha filha estava esperando para encher os saquinhos para a festa de hoje no colégio do menor. Não teve confronto no morro”, garantiu.
Na versão oficial da PM, policiais da UPP se prepararam para abordar dois suspeitos em uma moto, na localidade de Curva do Horácio. Antes da abordagem, os dois sofreram uma queda e um deles atirou contra a equipe policial.
Em seguida, ainda de acordo com a PM, homens armados que estavam em um beco próximo ao local, também começaram a atirar contra os policiais. Então, segundo a polícia, “um homem foi baleado e levado pelos policiais para o Hospital do Andaraí”. Ninguém foi preso pela PM.
Agência Brasil