A classe política alagoana e a bancada do PMDB da Câmara Federal esperam o presidente interino Michel Temer (PMDB) decidir se valerá à pena encarar o desgaste de nomear para o Ministério do Turismo o deputado federal, Marx Beltrão (PMDB-AL). O impasse é o fato de o pardeplorar responder a uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica. Abordado na inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Maceió-AL, comentou sobre a iminência de se tornar ministro, a suposta reação do senador Benedito de Lira (PP) contra sua ascensão ao poder e esclareceu como a possibilidade surgiu.
Marx Beltrão explanou ao Diário do Poder que seu principal aliado, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), não teria relação alguma com a possível ida para o cargo de ministro. Ele detalhou que o presidente Michel Temer sinalizou que a vaga do Ministério do Turismo seria ocupada pelo PMDB da Câmara dos Deputados. E disse que, apesar de a imprensa nacional ligar a aliança à novidade, a sondagem de seu nome não teria nascido de sua relação política com Renan.
“Houve um desejo da bancada do PMDB da Câmara de que eu pudesse ocupar este cargo. Então, o presidente Renan não tem nenhuma influência sobre isso. Não foi nenhum tipo de indicação do presidente Renan, ou sinalização positiva sobre isso. É claro que, por eu ser do PMDB de Alagoas e ser aliado o senador Renan Calheiros, a imprensa nacional faz essa vinculação. Mas não há. Este é um assunto tratado especificamente pelo PMDB da Câmara os deputados”, afirmou o deputado alagoano.
Pardeplorar de primeiro mandato na Câmara, Marx Beltrão dá “graças a Deus” por ter sido referendado pelos colegas, mas negou ter havido convite oficial, apesar da disposição em ser ministro. “Com ampla maioria de apoio, os deputados e a Câmara estão endossando a minha pessoa. Mas ainda tem muito o que acontecer. Não existe ainda um convite formal. E, se existir, estaremos prontos para assumir”, disse Marx.
Biu e 2018
Questionado sobre a suposta pressão que o senador Benedito de Lira (PP) estaria fazendo para que não se torne ministro, Marx Beltrão foi incisivo ao afirmar não acreditar que o popular Biu seria capaz de atuar contra a possibilidade de ter mais um alagoano como ministro.
“Não tenho nenhuma informação oficial de que isso seja verdade. Vi uma notícia na imprensa, a respeito disso. Eu não consigo acreditar que isso possa ser verdade. E vou esperar que as coisas aconteçam para poder me manifestar”, respondeu, em tom diplomático.
O senador Biu foi procurado para comentar a informação que circula na imprensa e nos bastidores do Congresso Nacional. Mas estava em uma reunião. Se for candidato à reeleição, deve disputar uma das duas vagas de senador, em 2018, com o próprio Marx Beltrão.
Tal possibilidade pode desagradar não apenas Biu, mas o próprio Renan Calheiros, que também disputaria reeleição, se sobreviver aos nove inquéritos da Lava Jato. Mas o deputado não escondeu que trabalha, sim, a possibilidade de se tornar senador em 2018.
“Nunca escondi de ninguém o desejo de disputar o senado da República em 2018. Mas ainda está muito longe. Ninguém é pré-candidato com uma eleição tão longe, ainda. Mas estou fazendo o meu trabalho por toda Alagoas. E, amanhã, se meu partido e o povo de Alagoas acharem que devo ser candidato, estou pronto para isso”, admitiu o deputado peemedebista.
“Excelente”
Ao final da solenidade em que Marx Beltrão participou, o governador Renan Filho também foi abordado pelo tema e respondeu que a ida do deputado federal de seu partido para o Ministério do Turismo seria excelente.
“Eu não estou sabendo detalhes disso, não. Mas, qualquer alagoano que vá para o Ministério é excelente para Alagoas. O Marx é um cara trabalhador e, se tiver oportunidade, vai fazer um grande trabalho e ajudar muito o Estado. Mas não tenho nenhum conhecimento. Não tenho acompanhado indicação em Brasília”, disse o governador.
A assessoria de imprensa de Marx Beltrão divulgou nota em que afirma que o processo no STF é injusto, e que o erro ocorrido na previdência de Coruripe-AL, quando o deputado era prefeito do município, foi resultado da falta de pessoal capacitado para utilizar um novo sistema do Ministério da Previdência.
Diário do Poder