A cúpula da segurança pública de Alagoas apresentou, na manhã desta quinta-feira (23), dois acusados da morte do jovem Abinael Ramos Saldanha, 25 anos, que estava desaparecido desde o dia o dia 15 deste mês, e teve o corpo encontrado na quarta-feira (22), em terras da usina Santa Clotilde, no município de Rio Largo. Os acusados são: Ericksen Dowell da Silva, de 30 anos, apontado como mandante, e Jalves Ferreira da Silva, 24, que teria sido o executor.
A apresentação aconteceu no auditório da Secretaria de Segurança Pública, no Centro, com as presenças do secretário Lima Júnior; da secretária-executiva de Políticas da SSP, Luci Mônica; do delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira; do diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Maceió, Fernando Marcelo, e do delegado Ronilson Medeiros, gerente da Deic (Divisão Especial de Investigação e Capturas), da Polícia Civil, que comandou a investigação.
O secretário Lima Júnior destacou que, ao tomar conhecimento do desaparecimento, quando recebeu a família do jovem, acionou o delegado Paulo Cerqueira para que o caso fosse investigado. “O resultado da investigação que estamos apresentando é uma resposta a quem insiste em cometer ilícitos em Alagoas; é uma demonstração que nenhum crime no estado ficará impune”, frisou.
Ele agradeceu a todos que se envolveram para solucionar o crime. Acrescentou que a hipótese trabalhada até o momento é a de que a motivação do crime foi inveja profissional, mas uma suposta dívida da vítima com um dos acusados também está sendo avaliada.
Paulo Cerqueira esclareceu que, inicialmente, se pensou na possibilidade de um sequestro-relâmpago e, por isso, procurou a Deic para que as investigações fossem realizadas. O próprio gerente da Divisão, Ronilson Medeiros, resolveu assumir o caso, que acabou tendo o desfecho nesta quinta-feira, sendo descartada a primeira hipótese para a motivação do crime.
O corpo de Abinael foi encontrado na quarta-feira, a cerca de 50 metros de seu carro, que também estava desaparecido. De acordo com o médico Fernando Marcelo, a vítima foi morta com um tiro na cabeça. O veiculo foi incendiado.
O exame de papiloscopia feito no corpo comprovou que realmente se trata do jovem que estava desaparecido.
O delegado Ronilson Medeiros, responsável pelas investigações, informou que a execução do crime teria sido contratada por R$ 6 mil. Desse total, R$ 4,4 mil chegaram a ser pagos, em duas parcelas de R$ 1,5 mil e uma de R$ 1,4 mil. “O crime se assemelha a um caso de psicopatia. Ericksen Dowell, que era amigo de Abinael, gostaria de ter a vida dele e teria planejado a morte. Ele confessou o crime depois que o corpo foi encontrado”, explicou.
Ericksen Dowell trabalhava com Abinael em uma empresa de tecnologia, e teria cometido o crime por inveja profissional. Além disso, ele assumiria o cargo no caso da morte do jovem, dobrando o salário.
Segundo Ronilson, no dia em que foi morto, o jovem deixou a noiva em casa, no bairro Santa Lúcia, e retornava para sua residência quando recebeu o telefonema de um amigo – Reginaldo Clementino -, que trabalhava na mesma empresa que ele.
“O telefonema foi interrompido, porque a vítima encontrou Ericksen, próximo a escola Jaime de Altavilla”, disse.
O encontro foi premeditado. Ericksen simulou que teve o pneu furado e Abinael desceu do carro para ajudar. Na verdade, ele já havia saída de casa sem o estepe. Após a troca do pneu, Jalves anunciou o seqüestro e forçou a entrada da vítima no próprio carro, seguindo para Rio Largo, onde o crime foi executado.
A polícia chegou aos acusados, após rastrear o iPhone da vítima. O delegado isentou tanto Reginaldo como Alfredo Fragoso Sobrinho, 41, de participação no crime. Este último chegou a ficar de posse do aparelho por alguns dias, mas constatou-se que não participou do assassinato.
Ronilson disse que a ajuda da população, por meio do disque denúncia 181, foi muito importante nas investigações, especialmente para o encontro do corpo.
Ele acrescentou que as investigações continuam e não descartou a participação de outros envolvidos na morte do jovem.