A Ancine (Agência Nacional do Cinema) realizou um mapa sobre o conteúdo da TV aberta no ano de 2015 e revelou que um quinto da programação é ocupada por igrejas.
Pelo estudo divulgado nesta quinta-feira (16) no jornal “O Globo”, para cinco horas de programação, uma hora reproduz programas religiosos tanto nos canais VHF, quanto no UHF.
Entre as emissoras VHF que mais vendem seus horários para igrejas temos a Rede TV! com 43,4% da sua programação vendida para a Universal. A Rede Record aparece em segundo lugar com 21,7% da sua grade também vendida para a Igreja Universal.
E a essa mesma igreja que faz com que a CNT, canal UHF, lidere a lista com 90% de sua grade vendida. Lembrando que por muito tempo a CNT foi ocupada pela Igreja Mundial do Poder Deus, mas por conta de uma dívida milionária, a denominação liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago perdeu o contrato.
A Rede Globo tem apenas uma hora de sua grave cedida para a Igreja Católica que transmite aos domingos o programa “Missa em seu Lar”. O SBT é o único canal da TV aberta que não vende nenhum um minuto de sua programação para religiões.
Enquanto as emissoras lucram bilhões com essas vendas, há diversas investidas de órgãos públicos que tentam impedir que elas aconteçam. Um dos pontos mais criticados se refere ao que são chamados de “subconcessões“.
Há duas leis que são usadas para apontar irregularidades nesse tipo de contrato com igrejas. Uma delas é a lei nº 8666/83 que regula licitações e contratos de concessão pública e a segunda é a lei sobre publicidade que permite a venda de no máximo 25% do tempo diário para conteúdo publicitário.
Outras críticas sobre a programação religiosa da TV aberta falam sobre a laicidade do Estado, pois as emissoras são concessões públicas e para esses críticos seria necessário ampliar o espaço para outras crenças e assim evitar que as religiões cristãs (evangélica e católica) se sobressaiam na divulgação de suas mensagens.
Agência Brasil