O senador Romário (PSB-RJ) renunciou nesta quarta-feira, 1º, à vaga de titular na comissão processante do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi lida em plenário pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), assumirá o posto.
Romário votou pela admissibilidade da denúncia contra Dilma, mas tem reavaliado sua posição. Em entrevistas recentes, o ex-jogador disse estar “pensando seriamente” na possibilidade de votar contra a cassação do mandato da presidente afastada. O motivo seria o vínculo de políticos ligados a ilegalidades investigadas pela Operação Lava-Jato com o governo do presidente interino Michel Temer.
Para a cassação, serão necessários 54 votos (2/3) no Senado. Na votação da admissibilidade, foram 55 senadores, entre eles Romário, favoráveis à saída temporária da presidente. Esta semana foi recheada de notícias sobre algumas indicações de que senadores poderiam “mudar” o seu voto: se eles votaram a favor da admissibilidade do processo em 12 de maio, quando Dilma Rousseff foi afastada por 55 votos a 22, o voto definitivo pela cassação pode ser diferente. Entre eles, um alagoano.
A lista de senadores dispostos a mudar de voto é composta por: Acir Gurgacz, Antonio Carlos Valadares, Cristovam Buarque, Marcelo Crivella, Benedito de Lira, Wellington Fagundes, Ivo Cassol, Edison Lobão, Raimundo Lira, Hélio José e Romário Faria. Os petistas contam também com os votos de Eduardo Braga, Jader Barbalho, Pedro Chaves e Renan Calheiros.
O principal argumento para a mudança de voto seria os recentes escândalos envolvendo o governo interino de Michel Temer que levou ao desligamento de dois ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fernando Taveira (Transparência e Controle) em razão das investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Para cassar em definitivo o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) são necessários 54 votos dos 81 senadores.