Os votos dos 55 senadores que aprovaram a abertura do processo de impeachment e o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), na manhã desta quinta-feira (12), representaram derrota em nove dos 15 Estados em que a petista obteve maioria dos votos válidos nas eleições de 2014.
Na votação no Senado, dois ou três de senadores de 19 UFs (Unidades da Federação) foram favoráveis ao impeachment– cada uma é representada por três parlamentares.
No segundo turno do último pleito presidencial, realizado há pouco mais de um ano e meio, a petista venceu o então candidato, senador Aécio Neves (PSDB-MG), nos nove Estados do Nordeste; Rio de Janeiro e Minas Gerais, no Sudeste; eAmazonas, Amapá, Pará e Tocantins, no Norte.
O revés simbólico no placar ocorreu por meio dos votos dos representantes deAlagoas— Benedito de Lira (PP) e Fernando Collor (PTC); Ceará— Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB); Maranhão— Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB); Paraíba— José Maranhão (PMDB), Cássio Cunha Lima (PSDB) e Raimundo Lira (PMDB); Rio Grande do Norte— José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves Filho (PMDB); Sergipe— Eduardo Amorim (PSC), Antonio Carlos Valadares (PSB) e Maria do Carmo Alves (DEM); Tocantins— Ataídes Oliveira (PSDB) e Vicentinho Alves (PR); Minas Gerais— Zeze Perrella (PTB), Aécio Neves (PSDB) e Antônio Anastasia (PSDB); e Rio de Janeiro— Romário (PSB) | Marcelo Crivella (PRB).
Dilma manteve a vitória das urnas em seis Estados: Bahia, Pernambuco, Piauí,Amapá, Amazonas e Pará. Nesses dois últimos, considerou-se que as ausências do ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), e de Jader Barbalho (PMDB-PA) a beneficiaram.
A Bahia, em que Rousseff recebeu 70,16% dos votos válidos em 2014, foi o único Estado unânime a favor da presidente afastada no Senado, com votos de Lídice da Mata (PSB), Otto Alencar (PSD) e o ex-petista Walter Pinheiro (sem partido).
A petista conseguiu “reverter” derrotas de 2014 no Paraná, com os votos favoráveis dos senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), e em Roraima, com Telmário Mota (PDT) e Ângela Portela (PT).
As bancadas de oito das 12 UFs em que Aécio teve maioria dos votos válidos nas últimas eleições, deram todos os votos contra a petista no Senado: Rondônia, São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
No Rio Grande do Sul e no Acre, os senadores Paulo Paim (PT) e Jorge Viana (PT) foram, respectivamente, os únicos contrários ao impeachment.
UOL