Formado em Direito, com pós-graduação em economia e mestrado em direito, Bernardo Santoro é Coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) no Rio de Janeiro. Mesmo sendo jovem, possui um histórico de ativismo no movimento liberal-conservador brasileiro. Contudo, afirma que seu maior orgulho é ser um seguidor de Jesus Cristo.
Como ele mesmo diz, é “nascido e criado na igreja”. Membro da igreja Nova Jerusalém, no Rio, Bernardo está otimista com o envolvimento das igrejas nas mudanças de atitude que ocorreram no país desde 2013. Entende ainda que os evangélicos vêm sendo “protagonistas” nesse processo político que marcou a história recente do país.
“Nenhum segmento social tem tanta ojeriza ao projeto de poder do PT quanto o povo evangélico, pois eles se confrontam diretamente com nosso estilo de vida. ‘Gayzismo’, feminismo, genocídio de vidas intrauterinas, desrespeito à propriedade privada, corrupção em massa e rejeição ao capitalismo são bandeiras petistas intoleráveis para a cultura evangélica tradicional”, resume.
Embora alguns segmentos da igreja não entendam que “política e religião se misturam”, o coordenador do MBL-Rio defende que a maioria dos “nossos líderes religiosos têm sido brilhantes nesse processo”.
Embora no Brasil, o termo não seja tão comum, durante séculos todos os evangélicos eram chamados de “protestantes” justamente por que seu movimento era de protesto contra a situação que o povo vivia. Seu primeiro grande líder, Martinho Lutero escrevia sobre política. Séculos mais tarde, seu quase homônimo Martin Luther King Jr, foi um pastor que liderou a luta por causas sociais usando como base sua fé.
Por vários motivos, as igrejas evangélicas brasileiras não estão acostumadas com a ideia de um ativista político fazer o que faz justamente por ser evangélico. Contudo, Santoro assevera que isso mudou. “Somente quando chegamos ao ponto em que nosso próprio estilo de vida cristão foi ameaçado é que as igrejas se mobilizaram… É difícil perceber o plano do Senhor para as providências da nossa vida, e precisamos ter fé para entender que este foi o momento certo para a virada do país”, analisa.
Citando várias passagens das Escrituras, lembra que “reis e governantes são invenção do homem”. Resgatando o relato de 1 Samuel 8, lembra que Deus avisou o profeta que um governante forte e centralizado sempre abusará do povo.
Olhando para o Novo Testamento, enfatiza que Romanos 13 ensina o respeito às autoridades, “Mas pode sempre haver conflito quando uma ou várias dessas autoridades se desviam do caminho traçado pelo Senhor”.
Traçando um paralelo, aponta o caso do rei Saul, “um governante que mesmo ungido pelo Senhor, se desvia Dele”. A solução foi o Deus de Israel levantar um novo líder e ungi-lo. Obviamente os tempos são outros, hoje temos eleições. A solução? Bernardo está convicto: “precisamos orar e refletir profundamente, pedindo que o Senhor ilumine nossas escolhas”.
Santoro diz que está vendo “a população mais esperançosa em dias melhores”. Confirma que o MBL irá continuar defendendo a luta “por um governo que reduza impostos e burocracia, defenda direitos civis, entregue serviços públicos de maneira eficiente e transparente e respeite a liberdade de crença dos cristãos em todo o Brasil”. Em tom profético, finaliza dizendo esperar que “a Paz e a Graça do Senhor Jesus inunde o Brasil de felicidade, liberdade e justiça”.
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