Movimentos favoráveis e contrários ao impeachment terão uma semana intensa de mobilizações que culminarão com o desembarque maciço dos dois grupos em Brasília na sexta-feira, dois dias antes da votação do relatório no plenário da Câmara dos Deputados. Integrantes do Vem para a Rua e do Movimento Brasil Livre vão priorizar a pressão sobre os parlamentares ainda indecisos, ou que permanecem ao lado do governo. A Frente Povo sem Medo e a Frente Brasil Popular farão atos populares, organizarão paralisações relâmpago em portas de fábrica e bloqueios de rodovias.
Hoje, no momento em que o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) estiver sendo votado na comissão especial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará, ao lado do compositor Chico Buarque, na Lapa, zona boêmia do Rio, em um ato contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Vamos mostrar, em diversos momentos, os riscos do golpe que está sendo engendrado no país”, disse o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. Boulos, que já prometeu incendiar o país caso a presidente sofra o impeachment, afirmou que outro ato com intelectuais está previsto para a quarta-feira, no Largo do Batata, zona oeste da capital paulista.
Boulos lembra que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) pretende montar uma vigília na capital federal ao longo de toda esta semana. Mas disse que a ideia da Frente Brasil sem Medo — comungada com a CUT — é só vir para a capital federal na sexta-feira, quando o processo começará a ser debatido no plenário da Câmara.
A votação está prevista para ocorrer no domingo. “Nossa intenção é colocar mais de 100 mil pessoas na Esplanada. Muito maior do que qualquer ato que realizamos ao longo deste processo. Tudo organizado, sem violência, mas marcando claramente nossa posição”, disse ele. A assessoria do Instituto Lula não confirmou a presença dele em nenhum outro ato até o momento e disse que não há definição de onde o ex-presidente acompanhará a votação.
Correia Braziliense