A equipe econômica já admite de forma reservada que o rombo nas contas públicas de 2016 poderá ser superior a R$ 60,2 bilhões, ou 0,97% do Produto Interno Bruto (PIB). A forte frustração nas receitas no primeiro bimestre surpreendeu a área técnica, que já considera quase certa uma nova revisão do déficit para este ano. O governo vai encaminhar esta semana ao Congresso uma proposta pedindo autorização para abater R$ 84,2 bilhões da meta fiscal de 2016, que prevê superávit primário de R$ 24 bilhões (0,4% do PIB) para a União. Com isso, o número do ano acabaria se convertendo num resultado negativo de R$ 60,2 bilhões.
O cenário, no entanto, tende a piorar. Nos dois primeiros meses de 2016, o governo arrecadou R$ 217,2 bilhões a menos do que no ano passado. Segundo definiu um técnico, o grau de incerteza é enorme diante do agravamento da crise política que impede a economia de reagir e sair da recessão. A tendência é que a área econômica seja obrigada a propor ao Congresso nova alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), onde está fixada a meta, em alguns meses.
— Há uma preocupação muito grande da Fazenda em relação à queda na arrecadação. Os dados vieram muito abaixo do esperado — disse um interlocutor.
O Globo