A crise política e econômica que tomou conta do Brasil desde a reeleição de Dilma Rousseff atinge pessoas de todos os credos. Em meio a ela, o senador Delcídio Amaral (sem partido/MS), preso no final do ano passado, usou um termo religioso para definir o que ainda está por vir.
Após fazer uma delação premiada que só foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), esta semana, ele se tornou uma figura central na revelação dos bastidores da política, que mostram o abismo moral que o país atravessa.
Justamente por revelar muito, Delcídio tomou para si o título de “profeta do caos”. Em entrevista aos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, ele insiste que se vê assim.
Embora diga que fez uma ‘colaboração de político’. Após pedir desfiliação do Partido dos Trabalhadores, disse que continuará trabalhando, pois, seu mandato eletivo como senador não foi cassado. Atualmente, ele está afastado do Senado pois desfruta de licença médica.
Ao mesmo tempo que procura ganhar a simpatia dos opositores à Dilma, assevera: “Eu não sou vilão. Eu não sou bandido. Eu sou um profeta do caos”. Sua importância no processo da Lava Jato não pode ser minimizada, pois para muitos é essa delação que pôs fim definitivamente à estabilidade do governo.
Ele, que já foi líder do governo no Senado, explica que sua delação “junta as pontas”. Ainda em tom profético, assevera: “Vai ficar fácil para os investigadores trabalharem com outras informações já existentes”.
Enquanto isso, a presidente Dilma, cujas declarações de Delcídio desmascararam frente a opinião pública, nomeou o ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil. A manobra, que daria a ele fórum privilegiado e impediria sua prisão, já era esperada. O anúncio gerou um abalo na economia, com subida do dólar e queda nas bolsas.
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