Depois de mais de cinco horas de conversa no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente devem ter um novo encontro na manhã desta quarta-feira (16), durante o café da manhã. Só então Lula responderá se aceita o convite para fazer parte do governo no cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Lula estaria determinado a reforçar a linha de frente do governo, que enfrenta uma crise profunda, sob a ameaça de impeachment de Dilma.
Entre os motivos para integrar a tropa de choque estaria a posição dúbia de Renan Calheiros (PMDB-AL), um aliado cobiçado e imprescindível para o caso de o processo de impeachment de Dilma Rousseff avançar na Câmara dos Deputados e chegar ao Senado, presidido pelo peemedebista.
Decidido a fazer parte do time de Dilma, Lula teria voltado atrás depois de algumas conversas ao longo desta terça-feira (15), quando foi divulgação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que acaba de se desfiliar do PT. No depoimento, Delcídio acusou vários petistas – como Dilma, Lula, Antonio Palocci e Aloizio Mercandante, ministro da Educação – de envolvimento com irregularidades. O temor era que o medalhão petista mais atrapalhasse do que ajudasse. Com a tensão ainda mais aguda, o ex-presidente teria avaliado que o melhor a fazer seria não integrar o governo e esperar a situação esfriar. Dessa forma, evitaria o acirramento com a oposição, que prometeu recorrer ao Judiciário para tirar Lula do governo.
Durante o encontro no Alvorada, Dilma teria feito vários apelos a Lula para que reconsiderasse a decisão. Sob os pedidos da presidente e ungido pelo Instituto Lula e pelos principais líderes do PT, o ex-presidente deve dizer o sim e assumir o cargo ocupado hoje por Ricardo Berzoini, que passaria a ser secretário executivo.
iG