O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça-feira, 15, a delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS). O ministro também abriu o sigilo dos autos.
O ex-líder do governo firmou o acordo com a Procuradoria-Geral da República para colaborar com as investigações e fez acusações contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
À PGR, o senador petista acusou Dilma de interferir no Judiciário para tentar barrar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Segundo ele, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro foi nomeado após ter se comprometido a votar pela soltura de empreiteiros presos na Lava Jato.
Na delação, Delcídio também afirma que Dilma sabia do superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Na época, a petista era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Sobre Lula, o senador disse que partiu do ex-presidente a ordem para que ele tentasse convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Lava Jato, a não implicar José Carlos Bumlai numa eventual delação premiada.
Delcídio foi preso em novembro do ano passado sob acusação de tentar promover a fuga de Cerveró do País. O filho de Cerveró, Bernardo, entregou ao Ministério Público uma gravação sobre o suposto plano.
No acordo, o ex-líder do governo no Senado também cita irregularidades envolvendo parte da bancada do PMDB na Casa, além de representantes da oposição, como o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).
No caso dos peemedebistas, os nomes mencionados foram do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e de seu grupo mais próximo, formado pelos senadores Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Eunício Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RR).
Estadão