A taxa de desemprego no país disparou e fechou 2015 em 8,5%, segundo os dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. A taxa é a maior da série histórica, iniciada em 2012. O aumento significa um salto frente a 2014, quando a taxa foi de 6,8%. Já o rendimento real ficou em R$ 1.944no ano passado, 0,2% a menos que em 2014. A pesquisa inclui dados para todos os estados brasileiros.
No ano de 2015, a massa de rendimentos de todos os trabalhadores ficou em R$ 173,570 bilhões, pouco abaixo dos R$ 173,577 bilhões de 2014.
No quarto trimestre, o desemprego ficou em 9%, o que representa estabilidade frente ao terceiro trimestre e um salto de 2,5 pontos percentuais frente ao quarto trimestre de 2014, quando foi de 6,5%. É a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012.
O total de desocupados no país avançou 40,8% nos últimos três meses do ano frente a igual período de 2014. São 2,635 milhões de pessoas a mais. Já a população ocupada caiu 0,6% no mesmo período, ou 600 mil a menos.
Quando se considera as médias anuais, a população desocupada saltou de 6,7milhões de pessoas em 2014 para 8,6 milhões em 2015, 27,4%, ou quase dois milhões de pessoas. Já a população ocupada ficou estável em 92,1 milhões de pessoas.
Responsável pela Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo explicou que os números do mercado de trabalho refletem a deterioração da economia:
— O que acontece no mercado de trabalho é reflexo do cenário econômico. Se a economia está num ciclo virtuoso, o mercado vai aumentar a renda, o número de postos de trabalho, e a carteira assinada. Da mesma forma que isso se refletiu no passado, agora estamos tendo redução da população ocupada, aumento da população desocupada e aumento dos trabalhadores domésticos.
Além do aumento da população desocupada, os dados da pesquisa mostraram ainda uma piora na qualidade do trabalho. O contingente de trabalhadores com carteira assinada — com acesso aos direitos trabalhistas — caiu 2,5%, de 36,6 milhões de pessoas para 35,7 milhões, quase um milhão a menos. Considerando o quarto trimestre, houve queda de 3% em relação ao quarto trimestre de 2014, uma redução de 1,094 milhão de pessoas.
O Globo








