Deputados da oposição protocolaram requerimentos de convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho mais novo, Luís Cláudio Lula da Silva, para depor na CPI do Carf da Câmara. Os pedidos foram apresentados nesta terça-feira (8), dia em que o colegiado foi instalado. Foram apresentados pelo menos três requerimentos por deputados do DEM e do PPS: um pedindo a convocação de Lula e dois, de seu filho.
Lula e Luís Cláudio são investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal, que apura esquema de corrupção que fraudava julgamentos do Carf, órgão responsável por julgar recursos relacionados a processos de litígio tributário. A operação também investiga a suposta venda de medidas provisórias para beneficiar o setor automotivo durante os governos do ex-presidente petista e de Dilma Rousseff.
As investigações apontam que o filho de Lula teria recebido R$ 1,5 milhão da empresa do lobista Mauro Marcondes, acusado de atuar junto ao Carf, para livrar empresas de recursos, e ao governo, para aprovar MPs ao setor automotivo. Luís Cláudio teria recebido o montante na mesma época em que os lobistas foram remunerados pelas montadoras interessadas na edição das medidas provisórias.
Deputados da oposição também apresentaram requerimentos de convocação de Mauro Marcondes e de sua esposa e sócia, Cristina Mautoni. Além deles, há pedidos de convocação de outras pessoas, como do atual secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, bem como de delegados da Polícia Federal e de ex-conselheiros do Carf.
A CPI do Carf na Câmara começou os trabalhos nesta terça-feira, depois que o Senado concluiu, em dezembro, uma CPI com o mesmo tema, que terminou sem pedir o indiciamento de nenhum político. Os deputados Pedro Fernandes (PTB-MA) e João Carlos Bacelar (PR-BA) foram eleitos presidente e relator do colegiado, respectivamente.
O relator afirmou que, inicialmente vai se ater ao foco do pedido de criação do colegiado, deixando de fora das investigações a possível compra de medidas provisórias para beneficiar o setor automobilístico, caso que envolve o filho mais novo do ex-presidente Lula e ex-ministros do governo petista.
Conteúdo Estadão