Apesar da preocupação global com o avanço dos casos de Zika, o Brasil tem sido pouco demandado por outros países sobre o surto da doença, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que garantiu que não haverá desistência de delegações nos Jogos Olímpicos deste ano por conta do Zika.
Logo que os casos vieram à tona, alguns atletas e dirigentes de delegações que virão aos Jogos no Rio de Janeiro manifestaram preocupação com o Zika que, no caso de mulheres grávidas, pode causar uma má-formação cerebral nos bebês conhecida como microcefalia.
“Ninguém vai desistir. Não haverá desistências e não há preocupação alguma”, garantiu o chanceler a jornalistas. “Todas as medidas implementadas darão e produzirão resultados muito positivos e os Jogos Olímpicos se realizarão no Rio de Janeiro com certeza absoluta”, acrescentou o ministro em evento do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio.
Os Estado Unidos prometeram auxiliar os países no combate à doença e em investimentos para produzir uma vacina contra o Zika, e o governo brasileiro deu início no último sábado a uma campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, que além da Zika transmite a dengue e a chikungunya. As Forças Armadas foram convocadas para ajudar na detecção e eliminação dos focos do mosquito.
“O governo tem respondido atentamente as necessidades e dado informações amplamente coordenadas pelo Ministério da Saúde com vistas a interrupção da cadeia de reprodução do vírus no Brasil”, disse Vieira.
“Inclusive , tem manifestado disposição em cooperar com outros países nessas iniciativas e na pesquisa de uma vacina, que tardará algum tempo… demorará um pouco e não é instantâneo.”
Os casos suspeitos de microcefalia no país somaram 3.852, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira. A pasta informou ainda que 462 casos de microcefalia já foram confirmados e que, desse total, 41 têm relação com o Zika.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional pelo Zika em 1º de fevereiro, citando forte suspeita de relação entre o vírus em grávidas de bebês com microcefalia.
Reuters