A folia no circuito mais tradicional de Salvador dura mais de 12 horas. No Circuito Osmar, no Campo Grande, a diversão começou às 10h30 e estende-se até o fim da noite.
Por volta das 11h, a cantora Carla Perez puxou o bloco infantil que arrasta a criançada todos os anos. No início da tarde, o tradicional bloco Pierrot de Plataforma saiu às ruas, com foliões mascarados.
Uma das atrações mais esperadas foi o trio independente do cantor Saulo Fernandes, que distribuiu camisetas para os foliões na pipoca (fora do bloco). “Sinto o Carnaval se transformando, e acho isso bacana. A gente sai do lugar de conforto e arrisca outras coisas. No meu caso, a minha pipoca é uma realidade. Eu experimentei na Barra [circuito Dodô], e agora estou vendo essa galera, aqui, promovendo a igualdade. Isso é perfeito”, declarou o cantor.
Durante a tarde, o grupo Psirico, passou pela avenida e o vocalista, Márcio Vitor, apresentou-se vestido com tema voltado ao meio ambiente. Segundo ele, o objetivo foi chamar atenção para os cuidados que se deve ter com a natureza e a preservação das ruas e das praias. Em seguida, a cantora Ivete Sangalo e outros grupos de axé fizeram a festa no Campo Grande.
No meio da avenida, a cada passagem de trio, um grupo de garis, da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) varria e recolhia os resíduos deixados pelos foliões que acabavam de passar. Este ano, a prefeitura fez a coleta e a varrição nos circuitos antes e depois das apresentações, para facilitar o trabalho dos profissionais e deixar a avenida limpa para os próximos foliões.
Um dos trabalhadores que fizeram a limpeza de hoje, Valmir Pereira diz que o serviço é cansativo, mas deixa as avenidas mais apresentáveis. Ele, no entanto, acredita que os foliões poderiam sujar menos as ruas.
O pedreiro Manoel Souza aproveita o carnaval para vender adereços de cabeça. Ele diz que este ano as vendas foram um pouco menores que as do ano passado, mas comemora a renda extra. “Tenho um filho e aproveito o carnaval para trabalhar como ambulante. Não está como no ano passado, mas chego a quase dobrar a renda do mês com as vendas”, declara.
Veterana no carnaval baiano, a comerciante Luciene Machado considera tranquilo o carnaval deste ano. “Não tem muita diferença de um ano para o outro, mas a energia, a diversão e a alegria me fazem vir todos os anos com minhas amigas. Este ano está muito tranquilo. Não presenciei nenhum caso de briga ou confusão. Está valendo a pena”, disse a soteropolitana.
O Circuito Osmar, no Campo Grande, é o mais popular do Carnaval de Salvador e tem seis quilômetros de extensão. Com ponto de início no corredor da Vitória, os trios passam pelo Campo Grande e seguem para a Avenida Sete de Setembro, retornando ao Campo Grande, num percurso que dura cerca de sete horas.
Agência Brasil