Na tentativa de chegar a um consenso que evite uma disputa pelo comando nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer cedeu aos pedidos da bancada do partido no Senado Federal e aceitou discutir uma reformulação dos principais postos da cúpula nacional da legenda.
Em encontro na noite desta segunda-feira (18), o peemedebista pediu ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) que apresente um desenho de rearranjo, cujo objetivo é contemplar o grupo do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e impedir que seja lançada uma candidatura adversária à do vice-presidente, que está à frente do partido desde 2005.
No encontro, ficou acertado também que Jucá tentará reconstruir a ponte entre o vice-presidente e o Senado Federal, rachada desde o final do ano passado.
Os aliados de Renan Calheiros têm feito uma lista de exigências para apoiar a recondução do vice-presidente na convenção nacional do partido, marcada para março.
Além da designação de Romero Jucá (RR) para a primeira vice-presidência do PMDB, eles almejam o posto de presidente do Senado Federal para Eunício Oliveira (CE), atualmente na tesouraria.
Atual primeiro vice-presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp corre por fora para se manter no cargo. No entanto, peemedebistas já consideram que ele poderá ser realocado no comando da Fundação Ulysses Guimarães, entidade partidária responsável pela formação da sigla e com destaque na Executiva Nacional Nacional.
A proposta, no entanto, encontra resistência de Michel Temer, que tem hoje à frente da entidade partidária um de seus maiores aliados, Moreira Franco.
Em busca de um acordo, Raupp também tem defendido a proibição da reeleição para o cargo de presidente nacional do PMDB, o que obrigaria a uma renovação em 2018.
Uma decisão nesse sentido teria de passar pela aprovação da convenção nacional do PMDB. Os aliados do vice-presidente lembram, no entanto, que a proibição da reeleição teria de valer também para todos os cargos da Executiva Nacional do PMDB.
Folha de S.Paulo