Citados em meio a uma extensa lista no final de “Spotlight”, escândalos de abuso sexual de jovens brasileiros por religiosos em Franca (SP), Arapiraca (AL), Mariana (MG) e Rio geraram geraram condenações, prisões e pedidos de perdão de bispos.
A maior condenação foi a do padre José Afonso Dé, 82, de Franca, interior de SP, acusado de abuso sexual por quatro adolescentes em 2010. Condenado a mais de 60 anos de prisão no ano seguinte, jamais foi preso. A defesa recorreu ao TJ (Tribunal de Justiça), que concedeu liminar para que ele fique em liberdade até o julgamento, sem data marcada. O caso corre em segredo de Justiça.
Ele ainda recebe visitas de fiéis e faz evangelização de casais, mesmo estando oficialmente afastado das funções. O caso fez o então bispo de Franca, dom Pedro Luiz Stringhini, pedir perdão em nome da diocese.
Em Arapiraca, no agreste alagoano, três religiosos foram proibidos pela instância judicial do Vaticano de rezar missas ou exercer atividades como padres após um escândalo de repercussão nacional.
Imagens de um dos religiosos fazendo sexo oral com um dos jovens foram divulgadas em 2010 pelo SBT. Três coroinhas fizeram a denúncia de abuso sexual e o caso foi parar na CPI da Pedofilia, no Senado.
Em 2011, o monsenhor Luiz Marques Barbosa foi condenado a 21 anos de prisão por exploração sexual de menores. A condenação contra os padres Edilson Duarte e Raimundo Gomes foi de 16 anos e quatro meses cada um. Assim como Barbosa, que chegou a ficar 15 dias preso, os três recorreram em liberdade. Gomes morreu em 2014, vítima de um AVC.
O bispo de Penedo, dom Valério Breda, falou de “vergonha e desonra” em carta aberta aos fiéis sobre as acusações e, assim como no caso de Franca, pediu perdão em nome da igreja. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos religiosos de Alagoas, que negaram a acusação. À época, a defesa disse que a condenação foi excessiva.
Redação com Folha de S.Paulo