Com 180 dias de existência, o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) viu um de seus primeiros pacientes, o alagoano Amaro Feitosa dos Santos receber alta após 114 dias de internação na ala de queimados.
Com isso, o paciente torna-se a primeira pessoa a ficar maior tempo real em internação na unidade. Com 57 anos, Amaro Feitosa chegou à unidade com 80% do couro cabeludo queimado e sem o antebraço, perdido devido a um choque elétrico de alta-tensão recebido quando tentava evitar que uma criança fosse vítima dos fios elétricos.
Sem esperanças de receber um atendimento adequado em Alagoas, seus familiares providenciaram a transferência ao Hugol por saber que em Goiás, um novo hospital com ala para queimaduras havia sido inaugurado.
De acordo com o supervisor de cirurgia plástica do Hugol, Fabiano Arruda, foram realizadas duas microcirurgias na região, porém, devido aos danos elétricos foi necessária uma terceira, quando foram utilizados tecidos das costas do paciente para fechar por completo o couro cabeludo danificado. A supervisora da enfermagem da ala de queimados, Camila Nunes, explica que o curativo à vácuo tem um alto custo e seus benefícios compensam o investimento, visto que colabora no processo de granulação e aderência ao enxerto com mais agilidade e melhor resultado. Com quase quatro meses de assistência, Amaro teve alta no dia 21 de dezembro, retornando para sua terra “com saudade, pois o atendimento foi muito bom”, como contou o eletricista.
Mesmo após a alta, ele continua sendo paciente da unidade, vindo a Goiânia para retorno ambulatorial ao hospital pelo menos durante três meses. Para o médico cirurgião plástico, a convivência com o senhor Amaro proporcionou “grande aprendizado com suas dificuldades, angústias e sonhos”. Essa relação médico-paciente, e com as equipes de enfermagem e multiprofissional, foi elogiada pelo alagoano, ao relatar que ficou surpreso ao receber a visita dos médicos todos os dias e, principalmente, após cada procedimento. “Os médicos são atenciosos, humildes e deixam os pacientes informados e confiantes”, explica o paciente.
Beroaldo Santos, filho do senhor Amaro, acompanhou o processo de internação e nos dias próximos à alta hospitalar já dominava os temas que envolviam o atendimento do seu pai, conseguindo, inclusive, explicar sobre o protocolo de higienização das mãos e procedimentos para segurança do paciente, demonstrando alto nível de capacitação, devido à constante orientação das equipes assistenciais. “Ele chegou sem se levantar e sem andar, muito debilitado.
O hospital se preocupou em reabilitá-lo, colocá-lo em pé, voltando para a vida ativa, pois agora ele terá uma nova vida, pensaram também no bem-estar dele. Pra mim o que mais me encantou foi isso, porque de onde a gente veio esse tratamento não existia e aqui ele fez o tratamento completo”, conta o filho Beroaldo.
Goiás Agora