O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conversou com os jornalistas na manhã desta terça-feira (29) para comentar a decisão do governo de quitar as pedaladas fiscais. Segundo o peemedebista, o fato mostra que a presidente Dilma Rousseff está preocupada com eventual tramitação de processo de impeachment.
Um dos maiores algozes do Planalto desde que assumiu o comando da Câmara no início de fevereiro, Cunha disse que a estratégia do governo não invalida, porém, o impedimento, já que ele se refere ao ano de 2015, enquanto o pagamento seria referendo ao passivo de R$ 57 bilhões de 2014.
O deputado afirmou, ainda, que questionará a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as mudanças do rito de impeachment, como a proibição de votação secreta para formação da comissão especial e a necessidade de aval do Senado para que Dilma seja afastada, mesmo sem o processo julgado. Cunha disse não acreditar que o Senado derrubará uma decisão da Câmara.
Sobre a sua situação na presidência da Casa, o deputado ironizou tanto o processo de cassação de mandato no Conselho de Ética quanto as denúncias e o pedido de afastamento do cargo, pedido pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo.
“Tenho conhecimento integral das 190 páginas da peça para dizer que é uma peça teatral. Ali não tem fatos, só atos teatrais”, comentou, em referência aos 12 atos do documento apresentado por Janot.
Cunha disse estar confiante em seus argumentos quando for convocado a dar explicações. Aos jornalistas, ele afirmou que, assim como o café da manhã desta manhã, ele repetirá o evento no final de 2016. O mandato do peemedebista termina em fevereiro de 2017, mas o próprio PMDB já articula estratégias para que o deputado deixe o cargo no início do ano.
Eduardo Cunha enfrenta denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção no STF e um processo que ele vem tentando adiar de cassação de mandato na Câmara por mentir na CPI da Petrobras, no início do ano, ao assegurar que não era titular de contas secretas no exterior, informação rebatida pelo Ministério Público Federal e por órgão equivalente na Suíça.
Por Jornal do Brasil