Um milhão de migrantes chegou desde janeiro à Europa, a maioria pelo Mediterrâneo, anunciaram hoje (22) a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
“Até 21 de dezembro, cerca de 972 mil pessoas tinham atravessado o Mar Mediterrâneo, segundo números do Acnur. Além desses, a OIM estima que mais de 34 mil chegaram à Bulgária e à Grécia depois de atravessar a Turquia”, indicaram as duas organizações em comunicado conjunto.
“O total representa o fluxo migratório mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial” na Europa, explicou a OIM em outra nota enviada aos meios de comunicação social. Em 2014, mais de 219 mil migrantes tinham atravessado o Mediterrâneo.
A OIM informou ainda que 3.692 pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas no mar durante este ano.
Entre os migrantes que atravessaram o Mediterrâneo este ano, “uma pessoa a cada duas – meio milhão – era síria fugindo da guerra em seu país”, segundo o Acnur e a OIM. Os afegãos representam 20% e os iraquianos 7% das chegadas.
“Quando os sentimentos antiestrangeiros aumentam em certos locais, é importante reconhecer as contribuições positivas dos refugiados e migrantes para as sociedades em que vivem”, afirmou o alto- comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, citado no comunicado. Ele apelou para a defesa dos “valores europeus fundamentais”, como a promoção dos direitos humanos, da tolerância e da diversidade.
“Sabemos que as migrações são inevitáveis, necessárias e desejáveis”, disse o diretor-geral da OIM, William Lacy Swing.
A grande maioria dos migrantes – mais de 821 mil – passou pela Grécia, tendo 810 mil chegado por mar.
No total e desde janeiro chegaram à Itália cerca de 150 mil, à Bulgária 30 mil, à Espanha mais de 3.800, ao Chipre 269 e a Malta 106, de acordo com a OIM.
Agência Brasil