O ex-presidente Lula foi intimado pela Polícia Federal a depôr no âmbito da Operação Zelotes, que investiga fraudes tributárias e um esquema de compra de medidas provisórias editadas durante o governo do petista e de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), que concederam benefícios tributários ao setor automotivo.
A informação, revelada pelo jornal O Estado de São Paulo, foi confirmada pelo iG. A PF não comenta a intimação. Segundo o jornal, o depoimento ocorrerá na quinta-feira (17).
A Operação Zelotes investiga o pagamento de propina por parte de duas montadoras para obter vantagens fiscais que foram concedidas pelas medidas provisórias. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF), o esquema operou na edição das MPs 471/2009 e 512/2010, editadas pelo governo Lula, e 627/2013, pelo de Dilma.
Apenas com a MP 471, uma das montadoras obteve um benefício tributário de R$ 879,5 milhões, segundo a denúncia da procuradoria.
“MP foi editada em 2013”
Em nota, o Instituto Lula nega relação do ex-presidente com os fatos investigados na Operação Zelotes. Sem MPs provisórias editadas por Lula, o texto informa que a medida provisória alvo de questionamentos foi aprovada pelo Congresso em 2013 – portanto, sob o governo de Dilma. O iG não conseguiu contato com o Palácio do Planalto até a publicação desta reportagem.
Leia abaixo a nota do Instituto Lula.
“O ex-presidente Lula não tem qualquer relação com os fatos investigados. A Medida Provisória em questão foi editada e aprovada pelo Congresso em 2013, quando ele não era mais presidente da República. Mesmo sem ter sido notificado oficialmente para depor, Lula estará, como sempre esteve, à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento da verdade.”
iG