Nove casos suspeitos de microcefalia foram registrados em Goiás nas últimas duas semanas. Destes, apenas três apresentaram sintomas que levam à suspeita de terem sido causados pelo zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, nas cidades de Rio Verde, Montividiu e Pirenópolis. Segundo o secretário Estadual de Saúde, Leonardo Vilela, os outros seis não têm ligação com o vírus, mas seguem sendo acompanhados.
Em entrevista coletiva, na manhã desta quarta-feira (2), o secretário ressaltou que os três casos de microcefalia suspeitos de elo com o zika, conforme relatados ao Ministério da Saúde, ainda são devidamente investigados. Além disso, ele reafirmou que ainda não há nenhum caso de zika vírus confirmado no estado.
“Durante as gestações, as mães dos três bebês tiveram sintomas como febre, manchas na pele, entre outros sintomas, que podem ser zika, mas também podem ser muitas outras doenças provocadas por vírus. Em nenhuma das situações foi feito o diagnóstico ainda durante a gravidez, portanto, teremos que aguardar a evolução dessas crianças ou até mesmo o surgimento de novos testes que possam confirmar se a má formação foi causada pelo zika”, explicou.
Segundo Vilela, para que os casos tivessem sido analisados ainda durante a gestação, as mulheres precisariam ter passado por exames nos cinco primeiros dias de sintomas. “Esses exames são complexos e só são feitos no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, até o 5º dia do aparecimento da febre, mal-estar, dor no corpo. Como isso não foi feito, só nos resta acompanhar essas crianças para ver qual será a evolução delas”.
De acordo com o secretário, como não houve o diagnóstico em tempo hábil, não há previsão para confirmação de elo da microcefalia com o zika vírus nesses três casos. “Só poderemos confirmar quando surgirem exames laboratoriais para isso. Hoje, isso não existe no Brasil e no mundo, mas os testes estão sendo desenvolvidos. Há a expectativa que já no início do ano essa tecnologia esteja disponível e possamos fazer as análises”, disse.
Microcefalia
A doença é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal, apresentando perímetro igual ou menor a 33 centímetros. Crianças que nascem com essa má formação podem ter complicações no desenvolvimento da fala, motora e até quadros de convulsão.
A microcefalia pode ter causas genéticas, passadas dos pais para a criança, como também por uso de drogas, álcool ou outros produtos tóxicos durante a gestação, além de possíveis infecções que atinjam o bebê durante a gestação.