A bancada do PT no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu que vai votar pela continuidade do processo de cassação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Três deputados petistas integram o colegiado no Conselho — Zé Geraldo (PT-PA), Leo de Brito (PT-AC), e Valmir Prascidelli (PT-SP). A decisão foi anunciada pelos três parlamentares e outros deputados petistas que participaram da discussão.
A grande incógnita sobre o futuro de Cunha na Casa era o voto do PT. Os três deputados petistas podem definir o placar final, já que há uma forte tendência de empate entre os 20 membros. O resultado indefinido é decidido pelo voto de Minerva do presidente do órgão, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que é a favor da admissibilidade e abertura de processo contra o presidente da Câmara.
Nos últimos dias, o debate deu-se em torno do voto petista. Se ele seria a chance de salvar a presidente Dilma Rousseff da abertura de processo de impeachment na Câmara ou se o PT ajudaria a afastar Eduardo Cunha, que enfrenta denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, do comando da Casa.
Na noite de ontem, enquanto o Conselho estava reunido, o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, não apenas liberou o voto dos petistas, como estimulou que estes votassem pela admissibilidade. Em tese, a orientação desfavorece a relação da presidente da República com Cunha.
Na terça-feira, após seis horas de sessão, o conselho encerrou a reunião sem votar o parecer. Por volta das 20h30, com o início da sessão de votação do Congresso Nacional, o presidente do Conselho de Ética encerrou a sessão, já que o regimento interno do Congresso impede a deliberação em qualquer comissão da Câmara e do Senado durante as votações no plenário principal.
Por Jornal do Brasil