Um corpo foi encontrado na madrugada desta quinta-feira no distrito de Ponte do Gama, em Mariana, Minas Gerais. Esse é o 13º corpo resgatado em áreas afetadas pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração no município, há três semanas. Desse total, oito já foram considerados oficialmente vítimas da tragédia. Os demais aguardam identificação. As informações são do G1.
O distrito de Ponte de Gama foi um dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, que pertence à Vale e a anglo-australiana BHP-Billiton. Os 62 milhões de metros cúbicos de lama despejados tornaram a tragédia de Mariana o maior acidente da História em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração.
A Samarco fez um acordo com o Ministério Público Estadual e Federal de Minas Gerais, em que a companhia vai disponibilizar R$ 1 bilhão para garantir custeio de medidas preventivas emergenciais, reparadoras ou compensatórias decorrentes do acidente. O valor, no entanto, ainda pode aumentar diante das demais consequências.
Na semana passada, a Samarco admitiu o risco de novas barragens, vizinhas à de Fundão, se romperem. Em entrevista coletiva, representantes da empresa disseram trabalhar para diminuir o perigo de acidente.
— Tem o risco (de rompimento) e nós, para aumentar o fator de segurança e reduzirmos o risco, estamos fazendo as ações emergenciais necessárias — declarou o gerente-geral de projetos estruturais da Samarco, Germano Lopes.
A lama da Samarco também deixou um rastro de contaminação no Rio Doce. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a recuperação da bacia do Rio Doce pode levar até 30 anos. Especialistas listam ameaças de desaparecimento de espécies da fauna e flora local.
O Espírito Santo foi outra localidade a sentir os efeitos da tragédia. Após percorrer mais de 500 quilômetros ao longo do Rio Doce, a massa de água alcançou a foz no dia 21 e começou a invadir o mar do Espírito Santo. Técnicos de diversos órgãos públicos, como a Agência Nacional de Águas e do Serviço Geológico do Brasil, assim como especialistas de muitas universidades brasileiras, estiveram em Regência para coletar amostras e acompanhar o nível de turbidez da água.
O Globo