Se à primeira instância a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) declarou que Alagoas, em uma década, teve 29 casos de microcefalia, estando dentro da normalidade, o discurso tomou novas proporções. Um boletim atualizado mostrou que até ontem, 23, já são 18 casos registrados de crianças com microcefalia (cérebro com anomalia) no estado apenas neste ano.
Conforme a pasta, dos casos confirmados após o nascimento do bebê, quatro estavam em São José da Tapera, três em Maceió, três em Santana do Ipanema, um em Arapiraca, um em Chã Preta, um em Coqueiro Seco, um em Japaratinga e outro em Pariconha. Dois bebês diagnosticados eram gêmeos, conforme a Sesau. Dos diagnósticos feitos ainda na gestação, um é de Arapiraca, um de Canapi e o terceiro de Girau do Ponciano.
O governo federal vai lançar uma campanha para informar e esclarecer a população sobre os casos de microcefalia que atinge estados do Nordeste. Até o momento 17, 399 casos da doença em recém-nascidos foram notificados em sete estados da região, segundo boletim do Ministério da Saúde.
Uma das hipóteses consideradas pelo Ministério da Saúde é que os casos de microcefalia estejam associados à ocorrência do Zika vírus em gestantes. Não há casos na medicina que comprovem a relação, mas pesquisas, entre elas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), constataram a presença do genoma do vírus em mães que tiveram bebês com microcefalia. O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.
“A presidente Dilma Rousseff pediu para que o ministro da Saúde tome todas as medidas necessárias para que a gente possa, independentemente das conclusões dos estudos que estão sendo feitos, enfrentar o surto, em primeiro lugar combatendo o mosquito”, disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, após o assunto ser tema da reunião de coordenação política entre a presidenta Dilma Rousseff e onze ministros na manhã de segunda-feira.
Em Alagoas, os profissionais de Saúde também estão orientados a ser mais sensíveis para o diagnóstico preciso dos casos e as vigilâncias epidemiológicas dos municípios avisadas para investigar as notificações com minúcias. Em nota técnica, a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, prestou contas do encontro que teve, em Salvador para debater o assunto.
“Estamos muito preocupados com os casos de arbovirores e os casos de microcefalia, que estão nos deixando extremamente angustiados. Esse momento é muito importante, ainda mais porque contou com a presença do ministro da Saúde”, disse. No começo do mês, a Sesau enviou uma equipe técnica a Recife para acompanhar as investigações relativas aos 141 casos de microcefaliaregistrados em Pernambuco até aquele momento, no período de apenas quatro meses.
Redação com agências