O racionamento de energia não é o principal problema para Alagoas segundo a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Para a empresa, os municípios do Estado banhados pelo rio deveriam voltar suas atenção para a seca que assola a região.
O diretor de operação da Chesf, José Ailton de Lima, informou que a crise no Nordeste é hídrica e não energética. “Temos outras alternativas para gerar energia, mas para abastecer as cidades não podemos tirar água de onde não tem”, informou.
Ele explicou que não há previsão de chuvas para os próximos 15 dias. “A barragem de Sobradinho, por exemplo, já está em 2,84% da sua capacidade.Um nível considerado baixo e que se reflete em outras partes da região”, disse.
Para não faltar água nas cidades que estão após a barragem do Xingó, a companhia irá diminuir nos próximos dias a vazão do rio, que atualmente é de 900 m³, para 800 m³. Isso representará uma diminuição de 20 centímetros na altura do São Francisco. O objetivo é economizar água para os próximos meses, caso não caia chuva suficiente para aumentar o volume do rio.
A crise hídrica poderá afetar as cidades alagoanas que dependem do rio para atividades econômicas e consumo próprio, principalmente as regiões que dependem da água que percorre o Canal do Sertão.
José Ailton ressaltou que a Chesf não consome água do São Francisco. “Nossa função além de gerar energia é controlar o volume do rio. E se não fosse este trabalho, a situação estaria ainda pior”.
Caso não chova até o fim do ano, a companhia espera que em Janeiro de 2016 a situação se inverta. “Sempre chove na Bacia do São Francisco, mas iremos nos preparar caso isso não ocorra”, colocou o diretor.
Marcos Filipe Sousa