A contração do setor de serviços do Brasil permaneceu acentuada em outubro, apesar de ter perdido força ante setembro, diante da mais forte queda na entrada de novos negócios em seis anos e meio e com o setor reduzindo o número de funcionários no ritmo mais acentuado já registrado pelo Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O Markit informou nesta quinta-feira que o PMI de serviços brasileiro subiu a 43,0 em outubro ante os 41,7 de setembro, permanecendo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo oitavo mês seguido, na sequência mais longa de perdas desde a crise financeira.
“A economia do Brasil continua a decepcionar, com dados do PMI para outubro mostrando quedas ininterruptas na produção do setor privado e nas novas encomendas por oito meses seguidos”, disse a economista do Markit Pollyanna De Lima.
Relatando impostos mais elevados, real mais fraco e aumento nos preços dos serviços de infraestrutura, as empresas também relataram aumento dos custos de insumos em outubro, com a taxa de inflação alcançando novo recorde da pesquisa.
Os custos foram repassados aos clientes, com novo aumento na inflação dos preços cobrados. A inflação mais forte foi registrada em Hotéis e Restaurantes.
“Essa pressão sobre as margens está provando ter um efeito prejudicial sobre as empresas, que continuam a elevar as tarifas apesar da demanda fraca”, destacou Pollyanna.
Os entrevistados destacaram condições econômicas frágeis em todo o país, levando a entrada de novos trabalhos a registrar queda pelo oitavo mês em meio à demanda mais fraca.
O subsetor que mais sofreu em outubro foi o de Intermediação Financeira, embora todos os seis tenham registrado nível de atividade mais baixo.
Reuters