A polícia espanhola deteve na madrugada de hoje (3) três marroquinos residentes em Madrid, supostamente ligados ao Estado Islâmico, suspeitos de estarem planejando atentados terroristas em território espanhol. De acordo com um comunicado do Ministério do Interior espanhol, os três homens constituíam “um grupo vinculado à organização terrorista DAESH” (acrônimo árabe para o Estado Islâmico).
Fontes da investigação citadas pelo próprio ministério indicaram que “os detidos estavam dispostos a executar, a qualquer momento, atos terroristas como os que aconteceram recentemente em outros países” próximos da Espanha.
O ministério não especificou quais os atentados e países, mas França e Tunísia foram palco no último ano de atentados realizados por terroristas isolados de uma estrutura formal do Estado Islâmivco (denominados lobos solitários) contra transportes públicos ou museus.
O jornal El País acrescenta que os detidos, através de conversações telefônicas ou pela internet, falavam da necessidade de “atuar já na Espanha”, ainda que sem dar detalhes das supostas operações.
Em declarações na manhã de hoje, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, afirmou que se trata de pessoas muito diferentes das recentemente detidas por cooptar simpatizantes para se unirem aos jihadistas, já que estes “estavam prontos a cometer atentados” e tinham “acesso a armas”.
As casas dos três suspeitos foram revistadas pelas autoridades. Dois deles foram detidos na Cañada Real Galiana, uma área conhecida como supermercado da droga, na cidade madrilenha de Rivas-Vaciamadrid, e o terceiro em Vallecas.
O Ministério do Interior acrescentou que o grupo de marroquinos estava “perfeitamente organizado e hierarquizado”. O líder da célula terrorista tinha como funções a captação de pessoas para o grupo Estado Islâmico, através da difusão de mensagens radicais e ordens da cúpula do grupo, controlava os jovens ou as jovens cooptados e dava treinamento e formação sobre métodos terroristas.
Os outros dois elementos do grupo, também detidos, eram os operacionais da célula, e seriam os encarregados de executar eventuais atentados.
No momento da desarticulação da célula, “os membros estavam completamente radicalizados (convertidos ao radicalismo islâmico) e numa fase de total assimilação da ideologia terrorista”, manifestando a disposição para cometer um atentado na cidade de Madrid, disse o ministério.
Durante a operação não foram ainda encontradas armas, mas o ministério do Interior diz que estes homens tinham acesso a um mercado ilícito de todo o tipo de armamento. A Espanha é o país europeu que fez mais operações contra membros do Estado Islâmico.
Com a operação de hoje, sobe para 60 o número de detidos na Espanha por suspeita de ligações com o terrorismo islâmico. Além dessas, outras 27 pessoas foram presas em outros países, especialmente no Marrocos.
Em quatro anos foram detidos 171 pessoas por jihadismo. O Governo espanhol mantém o alerta anti-terrorista no nível alto (quarto patamar, em uma escala que vai até cinco).
Agência Brasil