Apenas 16 horas depois de chegar ao México considerado o furacão mais forte já registrado no Ocidente, Patricia foi rebaixado a depressão tropical pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).
A depressão tropical é o primeiro estágio de tempestades que podem se transformar em furacões. Neste momento, o vento tem velocidade entre 37 e 63 km/h.
Apesar de ter sido qualificado como “potencialmente catastrófico”, “monstruoso” e comparado até a uma “detonação nuclear” por cientistas, o furacão causou menos destruição do que o previsto.
As autoridades, no entanto, alertam que o risco de desabamentos e enchentes ainda existe, já que a tempestade ainda deve provocar pelo menos 500 mm de chuva forte, segundo o NHC.
A tempestade chegou em solo mexicano pouco antes das 18h (hora local), no vilarejo de Emiliano Zapata, no Estado de Jalisco, inundando ruas e arrancando árvores.
Mas a região montanhosa do México ajudou a fazer com que o furacão perdesse força. Agora, ele se dirige ao centro e ao nordeste do país.
Os ventos, que chegaram a 325km/h durante o avanço do furacão pelo Oceano Pacífico, diminuíram para 120km/h ao chegar a terra firme e agora estão em cerca de 55 km/h.
Sem grandes perdas
Até o momento não houve registro de mortes e as maiores cidades e balneários turísticos parecem ter escapado do pior momento da tempestade. Antes da chegada do furacão, milhares de moradores e turistas foram levados a abrigos e a outras cidades afastadas da costa.
“Felizmente, o prejuízo não foi tão grande. Podemos concluir até agora que não houve grandes perdas”, disse Daniel Nunez, da Cruz Vermelha no Estado de Jalisco.
Em um pronunciamento na TV, o presidente mexicano Enrique Peña Nieto, admitiu que os danos foram “bem menores que os compatíveis com um furação dessa magnitude”, mas afirmou que o país “ainda não pode abaixar a guarda”.
“Insisto, a parte mais perigosa do furacão ainda está por entrar no território nacional, Além disso, também se esperam chuvas intensas no Pacífico e em Estados diferentes do centro e do nordeste do país. Peço à sociedade mexicana que continue atenta para as informações das autoridades sobre o furacão Patricia nas próximas horas.”
Os Estados de Nayarit, Jalisco, Colima, Michoacán e Guerrero ainda correm riscos por causa das fortes chuvas esperadas para este sábado, segundo o NHC.
Segundo o Fundo Nacional de Desastres do México, a agência responsável pelo atendimento à vítima de catástrofes, pelo menos 400 mil pessoas estão em áreas vulneráveis.
Evolução
A rápida evolução de Patricia surpreendeu especialistas. Nas primeiras horas da quinta-feira, a Unidade de Proteção Civil do Estado de Guerrero, na costa do Pacífico, identificou Patricia como uma tempestade tropical.
Duas horas mais tarde, o sistema evoluiu para furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson e foi localizado a cerca de 400 km da costa central, entre os Estados de Guerrero e Michoacán.
Ao meio-dia, hora local, o Serviço Meteorológico Nacional do México informou que a tempestade havia subido para categoria 4. O órgão projetou, corretamente, que Patricia chegaria à categoria 5 nas duas horas seguintes.
Meteorologistas usam a escala Saffir-Simpson para categorizar furacões de acordo com sua velocidade constante de vento – eles medem os vendavais duradouros ao invés das rajadas mais bruscas, que podem ser ainda mais fortes.
Segundo este sistema, um furacão de categoria 1 tem ventos de 119 a 153 km/h e um de categoria 5, acima de 252 km/h.
Furacões, tufões e ciclones descrevem o mesmo fenômeno climático, mas recebem nomes diferentes a depender do lugar do mundo onde se formam.
Os furacões, como Patricia, se formam à leste da Linha Internacional de Data. Tufões e ciclones e formam ao oeste da mesma.
Por R7