O Supremo Tribunal Federal autorizou na noite desta quinta-feira (15) a abertura de mais um inquérito contra o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha.
É para investigar a suspeita de que contas secretas na Suíça teriam recebido dinheiro de corrupção na Petrobras. A mulher e a filha do deputado Eduardo Cunha também serão investigadas. A situação do presidente da Câmara se complicou ainda mais.
O Ministério Público tem extratos bancários que, segundo os investigadores, provam que Eduardo Cunha tinha quatro contas na Suíça. De onde saiu o dinheiro que foi parar nessas contas? A suspeita é de pode ter vindo da corrupção na Petrobras e o presidente da Câmara será investigado também por lavagem de dinheiro.
O lobista Fernando Baiano disse em depoimento que Eduardo Cunha recebeu mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo.
O ministro Teori Zavascki atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que quer investigar se as contas encontradas na Suíça e atribuídas ao presidente da Câmara movimentaram dinheiro de corrupção.
Neste novo inquérito, o deputado Eduardo Cunha é suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. O ministro também autorizou investigar o suposto envolvimento da mulher do deputado e de uma filha do deputado no caso.
A Procuradoria Geral da República recebeu, na semana passada, extratos bancários e documentos que comprovam que Eduardo Cunha era dono de quatro contas na Suíça. Só em uma delas, houve um deposito de 1,3 milhão de francos suíços que, de acordo com o Ministério Público, é dinheiro de propina de um contrato de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África.
Assim que soube do pedido de abertura de um novo inquérito, Eduardo Cunha disse que seria uma boa oportunidade para se defender. “Eu não vejo isso como nenhum problema, pelo contrário, eu vejo como uma solução. É bom que tenha um instrumento para que a gente possa ter ciência para poder se defender”, afirma o presidente da Câmara.
Eduardo Cunha também foi citado em depoimentos de delação premiada do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Ele detalhou pagamentos de 5 milhões de dólares a Cunha. Uma parcela, segundo Baiano foi paga em dinheiro vivo. O próprio Baiano disse que levou entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão ao escritório de Cunha, no Rio de Janeiro, em outubro de 2011. O dinheiro, segundo Baiano foi entregue a uma pessoa chamada Altair.
Fernando Baiano também contou aos investigadores sobre negociações de contratos com a Petrobras. E em um dos depoimentos, no mês passado, citou o nome do ex-presidente Lula.
Contou que estava trabalhando para que a empresa OSX, do empresário Eike Batista, participasse de contratos da Sete Brasil com a Petrobras para exploração do pré-sal. Para isso, o lobista disse que pediu ajuda ao advogado José Carlos Bumlai, que é amigo de Lula. Segundo Baiano, o próprio lula teria participado de reuniões com o presidente da Sete Brasil para que a OSX fosse chamada para o negócio.
O negócio não deu certo, mas mesmo assim, o amigo de Lula, Bumlai, pediu ajuda financeira a Baiano. Ele cobrou R$ 3 milhões. Alegou que estava sendo pressionado a pagar uma dívida ou uma parcela de um imóvel que pertencia a nora de Lula. Baiano disse que só repassou R$ 2 milhões. Bumlai usou contratos fictícios de uma das empresas dele para justificar o recebimento do dinheiro.
José Carlos Bumlai não foi encontrado para comentar as denúncias. O ex-presidente Lula disse que nunca atuou como intermediário de empresas e que jamais autorizou José Carlos Bumlai a usar o nome dele em qualquer espécie de lobby. Ele também negou que qualquer uma de suas quatro noras tenha recebido dinheiro de Fernando Baiano de forma direta ou indireta. O Bom Dia Brasil não teve respostas da OSX.
Bom Dia Brasil