Há um ano e meio, Vadão assumiu a Seleção Brasileira feminina em busca de finalmente conquistar a inédita medalha de ouro olímpica nos Jogos do Rio-2016. Porém, o treinador sabe que o objetivo será difícil, pois hoje, nossa seleção não é mais a favorita ao título na Olimpíada.
“Não somos os favoritos, mas temos chances”, disse em entrevista ao Primeiro Tempo, do Bandsports. Para ele, isso é resultado do pouco desenvolvimento que a modalidade passa no Brasil, que, entre muitas coisas, atrapalha na renovação da Seleção.
“Essa é a nossa preocupação e da CBF, inclusive. Tem vários projetos para se desenvolver a modalidade, mas isso não depende exclusivamente da CBF. Ela nos dá todas as condições. Tudo que o masculino tem o feminino também tem. O grande problema é o desenvolvimento da modalidade”.
Vadão comparou o futebol feminino no país com o que é praticado em nações desenvolvidas.
“Fomos jogar em Le Havre, na França, e um dia antes da partida já haviam sido vendidos 20 mil ingressos. Esses países, como EUA, Alemanha e França, usam o futebol feminino como um compromisso social, não apenas como um compromisso esportivo. Se a criança gosta de jogar futebol, ela é incentivada a praticar esportes. Essa é a mentalidade destes países. Lá, elas começam a jogar com seis anos. No Brasil, essas meninas (da Seleção) são verdadeiras heroínas porque elas vão ter orientação só na fase adulta”.
A diferença de estrutura oferecida no Brasil e na Europa fez com que jogadoras como Érica e Cristiane trocassem a Seleção Permanente pelo PSG, da França. Vadão acredita que a troca é muito benéfica para as atletas, mesmo que isso tenha tirado duas importantes jogadoras de sua Seleção.
“Perdemos por um tempo a Érica e a Cristiane na Seleção Permanente, mas ficamos felizes porque nesses países é outro nível de comportamento em relação ao futebol feminino. Elas são encaradas com um respeito muito grande e todo mundo vai assistir os jogos. Lá, realmente a modalidade é desenvolvida com seriedade, com plano de governo e plano de federação. O futebol feminino é incluído como uma coisa importantíssima dentro da cultura desses países. A diferença técnica, tática e física é muito grande”, analisou o treinador.
O treinador também comentou o caso que aconteceu em uma partida em Teresina, onde oito jogadoras da mesma equipe passaram mal sob um calor de 40° C. Veja abaixo o disse Vadão.
Por eband