Moedas, baterias, bijuterias, pregos e chaves. Esses são os objetos mais ingeridos pelas crianças. Na maioria dos casos, são eliminados nas fezes. Mas, segundo a endoscopista do Hospital Geral do Estado (HGE), Régia Cavalcante, é preciso ficar atento à aspiração e a ingestão de um corpo estranho, principalmente em crianças mais novas, de 1 a 6 anos.
A ingestão de pequenos objetos é muito comum nos primeiros meses de vida, com picos até os 3 anos. Segundo a médica do HGE, “eles estão explorando o ambiente e para isso colocam tudo que veem pela frente na boca”. Régia Cavalcante informou que as moedas estão no topo da lista de objetos mais engolidos pelas crianças. Por isso, é fundamental supervisioná-las 24 horas e afastar objetos perigosos de perto delas.
A médica orientou que, caso o incidente aconteça, os pais devem entrar em contato com o pediatra e seguir para uma emergência o mais rápido possível, nas primeiras 12 horas.“Se o objeto não está visível, não tente retirá-lo, já que ele pode ser empurrado e acabar obstruindo a passagem do ar,” alerta Régia Cavalcante.
De acordo com a endoscopista, na unidade hospitalar deve ser realizado o raio-X para localizar onde está o corpo estranho. Caso o objeto esteja acima do duodeno (parte inicial do intestino), a endoscopia é recomendada; caso tenha passado, deve ser realizada a cirurgia.
Apesar do susto, a médica garante que, na grande maioria dos casos, os objetos passam por todo o sistema digestivo e são eliminados nas fezes sem afetar a saúde da criança. Já os casos mais graves requerem anestesia geral, que, apesar de toda segurança do procedimento, é um risco para o qual a criança é exposta.
O advogado Cleantho Rizzo passou por essa experiência com a filha, a pequena Nina, 3 anos. Ele contou que a filha aspirou uma parte de um boneco do tamanho de um caroço de feijão. “Ela contou que o nariz estava incomodando e, quando olhei, vi que estava lá uma parte do boneco”, lembrou o pai da criança.
Rizzo contou que não conseguiu tirar o objeto em casa e levou a filha para a emergência. “É preciso ficar mais atento, porque a gente não sabe os perigos que um simples objeto pode provocar na saúde das crianças”, pontuou ele.
E a endoscopista Régia Cavalcante confirma: “Crianças que engolem objetos correm risco de sufocamento, infecções e até perfuração do sistema digestivo”.
Engolir palito, por exemplo, pode espetar a mucosa e gerar a perfuração do estômago ou intestino. Os cuidados básicos para evitar casos como esses se concentram em evitar que os objetos pequenos fiquem ao alcance das crianças. É importante ainda, acrescentou Régia Cavalcante, ficar atento aos sintomas: engasgo, vômitos, dores abdominais, dificuldade para se alimentar e salivação excessiva.
Agência Alagoas