O número de famílias que aceitaram doar os órgãos de um parente que morreu aumentou 58%. Esse número faz parte do Balanço de Transplantes, que vai ser divulgado, nesta quinta-feira (24), pelo Ministério da Saúde e que o Jornal Hoje antecipa com exclusividade.
Pedro está na fila do transplante há mais de um ano, mas não apareceu nenhum rim compatível até agora. “Eu faço tratamento de hemodiálise três vezes por semana e é um tratamento muito severo”, relata.
O levantamento do Ministério da Saúde mostra que o Brasil teve o melhor primeiro semestre da história em número de doadores: 1.338. No primeiro semestre de 2014 foram 1.289. Aumentou também a quantidade de transplantes de alta complexidade, como o de coração, por exemplo, que passou de 156 para 173, 11% a mais.
Com esse crescimento, caiu o tempo na fila de espera. Em 2010, 59.728 brasileiros esperavam um órgão. Em 2014 eram 38.350 pessoas.
“Esse crescimento é uma conquista do Sistema Único de Saúde e da sociedade e deve ser ampliado e aprofundado buscando aumentar ainda mais o número de doadores”, afirma Lumena Furtado, secretária de Atenção à Saúde.
O que cresceu também foi a aceitação das famílias brasileiras em doar os órgãos dos parentes: 58% delas fizeram esta opção no primeiro semestre de 2015. Porém, ainda é difícil convencer muita gente a doar.
Em Goiânia, o Hospital de Urgências decidiu fazer uma homenagem para as famílias que, mesmo em um momento delicado, escolheram ajudar quem precisa. Os números do hospital mostram que 70% das famílias se negam a fazer a doação.