“Mais de 500.000 migrantes foram detetados em fronteiras europeias nos primeiros oito meses deste ano, depois de em agosto ter sido registado o quinto recorde consecutivo com 156.000 pessoas a atravessarem fronteiras europeias”, lê-se num comunicado da Frontex.
O texto precisa que em todo o ano de 2014 o número de refugiados registado foi de 280.000.
A agência precisa no entanto que alguns dos migrantes podem ter sido contados duas vezes, já que “um grande número de pessoas vistas na fronteira entre a Sérvia e a Hungria já tinham sido recenseadas à sua chegada à Grécia, provenientes da Turquia, algumas semanas antes”.
As ilhas gregas também registaram em agosto um recorde de chegadas, com 88.000 pessoas, onze vezes mais que no mesmo mês de 2014. Cerca de três quartos dessas pessoas eram sírios.
Em face desta “intensa pressão migratória”, o diretor da Frontex, Fabrice Leggeri, afirma no comunicado ter proposto às autoridades gregas pessoal suplementar para ajudar no registo dos migrantes nas ilhas de Lesbos e Kos, “particularmente atingidas”.
“Os migrantes que chegam à Turquia falam de traficantes cada vez mais agressivos e cruéis, que ignoram o agravamento das condições meteorológicas e forçam os migrantes a subir a bordo de barcos pneumáticos sobrelotadas para retirarem o maior lucro de cada viagem”, afirma a agência.
“Um grande número de migrantes que chega à Grécia segue para a Hungria, onde o número (de migrantes) registado na fronteira com a Sérvia se multiplicou por 20, atingindo os 52.000 em agosto e perfazendo um total de mais de 155.000 desde o início do ano”, precisa.
A Itália, em contrapartida, recebeu 13.000 migrantes em agosto, cerca de metade do número registado em agosto de 2014. A maioria destes migrantes é oriunda da Eritreia e de vários países subsaarianos e parte para a Europa da Líbia, mas há um número crescente de migrantes provenientes da Turquia.
Desde o início do ano, 106.000 migrantes foram socorridos no Mediterrâneo central, menos 6% que no mesmo período do ano passado. A maioria dos salvamentos ocorreu mais perto da costa da Líbia que das fronteiras europeias.
Fonte: TSF Rádio Notícias