Moradores dos bairros do Bebedouro e Mutange bloquearam na manhã desta segunda-feira (25) a Avenida Major Cícero de Góes Monteiro em protesto contra o estado de calamidade pública que será decretado nos bairros por causa das rachaduras que apareceram no Pinheiro.
Os manifestantes colocaram galhos de árvores para impedir a passagem dos veículos. O ato começou 7h e encerrou por volta de 9h. O Gerenciamento de Crises da Polícia Militar acompanha o protesto que bloqueou três pontos: em frente ao Centro de Treinamento do CSA, a Ladeira do Calmon e Gruta do Padre.
“Nós estamos apavorados. Ninguém dorme aqui no bairro. Eu já ficava preocupado com a minha mãe que mora no Pinheiro, agora estamos preocupados em dobro. É tudo muito estranho e queremos uma resposta e saber o que de fato está acontecendo”, afirma o morador Josivaldo da Silva Venâncio.
Eles querem ser recebidos por algum integrante do Ministério Público.
“A preocupação deles é que alguém que pudesse ouvi-los. Mas já entramos em contato com o Ministério Público e o promotor José Malta Marques vai receber uma comissão de moradores agora cedo. A intenção deles com esse protesto é mostrar o que estão vivendo e o que pode ser feito”, afirma o capitão Sidney, do Gerenciamento de Crises.
No último sábado (23), o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB) admitiu a possibilidade de parte dos moradores destes dois bairros também precisar abandonar suas moradias, assim como já fizeram quase 500 famílias do Pinheiro.
“A gente quer fazer cadastro [dos moradores], a gente já está pensando em relação às pessoas, sobretudo que moram na barreira do Mutange. A gente espera que, das quase 8 mil unidades habitacionais que a gente já contratou, a gente possa levá-las para esses residenciais do Minha Casa, Minha Vida”, afirmou o prefeito Rui Palmeira.
Mas a possibilidade só deve se concretizar depois que a prefeitura tomar conhecimento do resultado dos estudos que vêm sendo feitos na região para tentar descobrir a causa do problema. Até então, nenhuma conclusão foi divulgada, embora o Serviço Geológico Nacional (CPRM) admita que é real a possibilidade de uma tragédia.
Moradores fazem oração no meio da via — Foto:G1
fonte: G1