Quando ainda se chamava Zorra Total, o humorístico de sábado da rede Globo ficou 15 anos no ar e era recheado de bordões e o humor “à moda antiga”. Considerado ultrapassado em tempos onde o politicamente correto predomina, saiu do ar para voltar “repaginado”. Com o nome encolhido para “Zorra”, apostou em quadros mais curtos, com atores mais novos, que fizeram sucesso em outras emissoras ou na internet.
Seu principal roteirista Marcius Melhem é o mesmo de “Tá no Ar”, ele disse em entrevistas que a proposta era fazer um humor “popular e inteligente”. Para alcançar esse objetivo, ele disse que orientou os escritores das esquetes a evitar “o sexismo, as piadas homofóbicas e preconceituosas”.
Já que não queria mais fazer piada com mulher burra e com homossexual, Melhem e sua equipe escolheram então satirizar a fé. Em uma entrevista ele afirmou: “Não estamos aqui para criticar religião. Quando fazemos uma crítica, geralmente é ao uso que se faz dela, não à religião em si. Ela a gente respeita”.
A promessa de que não haveria críticas cai por terra quando se nota que nas últimas semanas, o programa voltou a fazer da fé cristã um tema constante das piadas.
No programa mais recente, que foi ao ar no sábado (12), um dos quadros se chamava “O ônibus da fé”. Nele, a volta de Jesus, um dos pilares do cristianismo foi ridicularizada. Os “crentes” que esperavam um ônibus na parada, dizem que não querem ver a prometida vinda do Senhor, eles querem apenas voltar para casa.