O compromisso com a revitalização do rio São Francisco já é uma das principais preocupações do Governo de Alagoas. Em dois anos e meio, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) tem investido mais de R$ 50 milhões em políticas de saneamento em cidades ribeirinhas, para garantir mais qualidade de vida à população do entorno e condições para salvar a bacia hidrográfica.
De acordo com o secretário de Estado da Infraestrutura, Humberto Carvalho, os atuais investimentos da pasta em obras de esgotamento sanitário e infraestrutura hídrica na região beneficiam mais de um milhão de pessoas que têm acesso à água do Velho Chico no Sertão e Agreste de Alagoas. Entre os municípios contemplados, estão Piaçabuçu, Belo Monte, São Brás e Delmiro Gouveia.
“Além da bacia hidrográfica do São Francisco ter grande importância para o Brasil, em razão do volume de água transportado ao Semiárido nordestino, também contribui, histórica e socioeconomicamente, para o desenvolvimento da região. Por isso, tão importante quanto revitalizá-lo é trabalhar com a prevenção”, destacou Humberto Carvalho.
Segundo o secretário, as medidas integram o Programa Estadual de Esgotamento Sanitário, lançado na atual gestão. A iniciativa tem como objetivo ampliar de 19% para 40% a cobertura de coleta e tratamento de esgoto no interior de Alagoas, assim como saltar de 35% para 70% na capital e deixar 100% dos serviços contratados.
“Quando um esgoto não é tratado, e muitas vezes sequer coletado, a gente sabe onde ele vai parar: no rio São Francisco. E a nossa missão é, justamente, evitar que isso aconteça. Então, os municípios de Delmiro Gouveia, Belo Monte, São Brás e Piaçabuçu são exemplos disso, com obras em plena execução”, destacou.
Nesses municípios, os investimentos são frutos de convênios com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Os sistemas são compostos por redes coletoras (tubulações que passam pelas residências); estações elevatórias (responsáveis pelo bombeamento do esgoto de áreas mais baixas para o ponto mais alto); e estação de tratamento.
Todos eles adotam modelo que possibilita mais de 90% de despoluição do esgoto recebido, o que contribui para a revitalização da bacia hidrográfica. Em Belo Monte, a obra, orçada em R$ 4,7 milhões, possui 47% dos trabalhos finalizados, com entrega prevista para fevereiro do próximo ano.
Já em São Brás, têm sido investidos R$ 7,5 milhões para a implantação do sistema de esgotamento. A obra encontra-se com 60% de execução. Em Delmiro Gouveia, outro sistema irá beneficiar 48 mil pessoas – 16% dos trabalhos já foram concluídos e, até o final, serão investidos cerca de R$ 18 milhões. No município de Piaçabuçu, serão R$ 14,5 milhões na implantação do novo sistema de esgotamento sanitário, já com 45% de conclusão, por meio da Seinfra.
Investimentos da Casal na região
Em paralelo, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) investe R$ 1,5 milhão para reforçar o tratamento e a distribuição de água em Piaçabuçu, que sofre com a queda da vazão do rio. Os recursos são provenientes do Plano de Investimentos da empresa, lançado neste ano, que prevê a utilização de R$ 100 milhões – 50% próprios e os outros 50% do Estado – em obras, serviços e ações nos 77 municípios operados pela Companhia.
Segundo o presidente da Casal, Clécio Falcão, um dos principais problemas do município de Piaçabuçu é a salinização da água do rio São Francisco, na localidade onde é feita a captação. Por isso, será instalado um novo ponto de captação, distante seis quilômetros do atual, e implantados mais seis quilômetros de adutora, para fazer a interligação da nova área com o sistema antigo.