O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) tem como uma das importantes atuações a intermediação e concretização de políticas públicas para os agricultores familiares dos assentamentos da reforma agrária e do crédito fundiário.
Atendendo ao pedido do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST/AL), o diretor-presidente do órgão, Jaime Silva, articulou uma reunião na Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) para discutir o projeto de distribuição de água no assentamento da reforma agrária Gastone Beltrão, no município Olho D´Água do Casado, Alto Sertão alagoano.
O assentamento, que existe há 11 anos, fica ao lado de uma adutora e possui 100 famílias que sonham com a água nas suas casas. “Nós estamos cercados de rio por todo lado; tem gente de Maceió e de várias partes do mundo que vão fazer o passeio do rio São Francisco e tem que passar pelo nosso assentamento. A gente mora vizinho e não tem água encanada em nossas casas”, lamentou o agricultor Fagner de Souza.
O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, ressaltou que a busca das parcerias será essencial para a efetivação do projeto. “É bom ressaltar que essa água será destinada ao consumo humano e serviços domésticos, e não pode ser utilizada na irrigação agrícola porque não é própria para isso. Nós queremos o bem-estar das famílias camponesas e vamos continuar batalhando para conseguir as benfeitorias necessárias e a permanência do trabalhador rural no campo com cidadania”.
“Essa reivindicação é antiga. Desde o tempo em que ainda erámos acampados, a gente pedia para colocar a água. A gente sofre muito com a seca, mas no tempo de chuva conseguimos plantar o milho, feijão, batata, macaxeira, abóbora, palma e a fava.
Hoje temos as casas, os lotes divididos para trabalhar e algumas cisternas de até 16 mil litros, mas a canalização da água mudaria as nossas vidas”, destacou Sivaldo Santos, membro da coordenação do assentamento.
A integrante da coordenação nacional do movimento, Débora Nunes, informou que o projeto está avaliado em R$ 725 mil e conta com o engajamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) ,para fornecer a tubulação; da prefeitura municipal, que vai ceder os maquinários; além das próprias famílias, que ajudarão manualmente.