Muito utilizada por quem tem problemas para controlar o colesterol ruim, conhecido também como LDL, as estatinas são um grupo de drogas com efeito hipolipemiante, ou seja, que age na redução dos níveis de gordura na corrente sanguínea.
Com um papel preventivo, as estatinas ajudam a evitar o risco de doenças cardiovasculares serem desenvolvidas. Elas agem como inibidores da enzima que faz parte da produção do colesterol em células humanas.
De uso popular, estima-se que mais de oito milhões de pessoas tomam esse tipo de medicamento no Brasil. Além disso, na maioria dos casos, pacientes que dependem desses fármacos precisam tomar o remédio pelo resto da vida.
Esclerose múltipla
Mas o que essa droga teria a ver com a esclerose múltipla (EM)? De acordo com cientistas, ela poderia ser a cura para essa doença. Um estudo histórico foi lançado no Reino Unido, e os pesquisadores acreditam que o mesmo medicamento que ajuda milhares de pessoas a controlarem os níveis de colesterol, também poderia agir no tratamento da esclerose.
No entanto, até o momento, as confirmações ainda não saíram do papel. Os testes em humanos estão prestes a começar e deverão durar, aproximadamente, seis anos, envolvendo 1.180 voluntários britânicos, todos diagnosticados com EM progressiva secundária. A previsão é de que os primeiros participantes iniciem o tratamento com o uso do medicamento ainda este ano.
O projeto deverá custar mais de R$ 25 milhões, e irá testar a sinvastatina – um tipo de estatina – em pessoas com a forma progressiva secundária de EM, que geralmente possuem opções limitadas de tratamento licenciadas capazes de retardar ou parar a progressão da deficiência.
A maioria das pessoas que são diagnosticadas com a condição é informada de que eles apresentam EM recidivante remitente, que provoca pequenos surtos de incapacidade neurológica, e cerca de metade desses pacientes desenvolverão EM progressiva secundária dentro de 15 a 20 anos.
O pesquisador principal, Dr. Jeremy Chataway, do Instituto de Neurologia da University College London, que liderou um estudo anterior sobre a droga, afirmou que “esta droga é uma promessa incrível para as milhares de pessoas que vivem com EM progressivo secundário no Reino Unido e em todo o mundo, pessoas que, atualmente, possuem poucas opções para tratamentos com efeito na deficiência”.
“Este estudo irá estabelecer definitivamente se a simvastatina é capaz de diminuir a taxa de progressão da deficiência durante um período de três anos, e estamos muito esperançosos”, comentou Chataway.
iG